em Bolsonaro, Brasil, Lula, Política

Ao vencedor, a batata quente

Jair Bolsonaro jurou que não tinha nada com o orçamento secreto, embora o orçamento secreto tivesse muito com o seu governo.

O Congresso teria aprovado os recursos contra a ilibada vontade presidencial e, vocês sabem, ninguém pode com esse Congresso.

Bastou uma derrota para que, de repente, ele se lembrasse de que sim, tinha alguma coisinha que ver com o orçamento secreto e, voilà, poderia até mesmo suspender os dinheiros que agora beneficiariam o governo Lula.

Este, por sua vez, até ontem era o solista do coro que juntava militantes e jornalistas (às vezes se confundem) para condenar o orçamento secreto como um golpe à democracia bem mais grave que o mensalão.

Para espanto de toda a gente, o solista e os demais têm calibrado melhor a indignação para que possam cantar em uníssono que o orçamento secreto virou emenda do relator, e a emenda do relator virou condição de governabilidade.

Bolsonaro confessou o pecado cometido. Lula o cometerá? Depois não adianta esconjurar o Centrão.

COMPARTILHE