Desde que a vitória de Lula foi anunciada, pouco se sabe sobre a rotina de trabalho do presidente ainda em exercício. Aliás, desde que a vitória de Jair Bolsonaro foi anunciada, pouco se sabe sobre a rotina de trabalho do presidente ainda em exercício.
Sua mais recente aparição – e tem jeito mesmo de “aparição” – foi numa cerimônia das Forças Armadas, em Brasília. Ao lado da mulher, em silêncio, ele chorou.
Abatido, circunspecto, tomado por lesões cutâneas dignas de um personagem de David Cronenberg, vive os últimos dias de sua reconversão de borboleta a lagarta, de acusador a acusado, de mito a superstição.
Há quem não acredite na sinceridade de suas lágrimas. Eu acredito. Bolsonaro sabe que a carruagem virou abóbora e terá de se haver com a justiça cedo ou tarde. Sem a bic na mão, limitado às fronteiras de si mesmo, é melhor já ir se acostumando com o pior.