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Dancing in the dark

Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better.

Invoco Samuel Beckett, o santo padroeiro daqueles que fracassam, que fracassam de novo, que fracassam com gosto, que hesitam, que tropeçam, que silenciam, que esperam, que esperam, que esperam, para começar, para recomeçar este blog.

Assunto não falta. You can’t start a fire without a spark, não é mesmo?

No Brasil, a emergência de um movimento político desengonçado, porém bruto e resistente o bastante, a ponto de colocar as conquistas democráticas em risco.

No mundo, depois da maior crise sanitária em muitos anos, uma guerra imperialista que coloca em risco não somente as conquistas democráticas, mas a própria sobrevivência da espécie.

Pensar, escrever, às portas de um golpe de estado e às vésperas de uma guerra nuclear não é, exatamente, o jeito mais auspicioso de pensar e escrever.

Talvez seja, no entanto, mais do que um palpite, um fiapo de esperança. Esperança de que ainda valerá a pena pensar, escrever. Esperança de que ainda haverei de encontrar leitores que pensem, que leiam – que também escrevam!

Esperança de que ainda teremos tempo para tentar, para fracassar, para tentar de novo, para fracassar de novo, para fracassar melhor.

E o fim do Brasil? E o fim do mundo?

Dane-se o fim. Vivemos de começos. De recomeços. De ressurreições.

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