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Diário (bem à distância) do Qatar #03

Agora sim! Copa do Mundo que se preze tem de começar com zebra histórica. Nossos hermanos, que adoram nos chamar de macaquitos, pagaram um mico futebolístico à altura de sua tradição: de virada, perderam para os árabes por 2 a 1, e deveriam ter perdido por 2 a 0: inventou-se um pênalti no início de jogo, pênalti de câmera lenta, que não foi suficiente para botar medo nos terroris…, minto, nos jogadores da Arábia Saudita. Messi pouco fez, Di Maria nada fez, Lautaro fez 17 gols impedidos só no primeiro tempo. Impedimentos bem marcados? O computador disse que sim e quem sou eu para discutir com o computador. O Rio da Prata continua lindo, o Rio da Prata continua sendo. Jogo seguinte, Dinamarca x Tunísia, terminou num 0 a 0 e foi muito. A série dinamarquesa Borgen, em que até a gente má é boazinha, foi bem mais emocionante. Em seguida, México e Polônia entraram em campo para basicamente confirmar duas coisas: Lewandowski e a Copa ainda não falam o mesmo idioma, Ochoa e a Copa foram feitos um para o outro. À tarde, os franceses venceram por 4 a 1 o doloroso time australiano. Se fossem 11 cangurus teriam dado mais trabalho. Mbappé se esqueceu da chupeta no vestiário e resolveu jogar como adulto. Giroud (bom e injustiçado) fez dois e se igualou a Henry como maior artilheiro da história da França. Até agora, tecnicamente, esta Copa não chega perto da de 2014 e, taticamente, não se compara à de 2018. Ponto alto da festa foi a polícia de costumes do Qatar confundir a bandeira de Pernambuco com a do orgulho gay. Multiculturalismo na Copa dos outros é refresco.

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