em Copa do Mundo, futebol

Diário (bem à distância) do Qatar #04

De todas as seleções chatas do mundo, a Croácia é aquela cuja chatice é mais bonita. Eu adoro assistir à monotonia das camisetas quadriculadas. Um time técnico, geométrico, limpo. Luka Modrić é o relojoeiro desse mecanismo, e joga sua última Copa como jogou a primeira. Foi o melhor 0 a 0 do torneio, contra os esforçados marroquinos. Logo depois, como se não reconhecesse um antigo aliado, a Alemanha entrou imponente, avançou tropas, perdeu gols, perdeu terreno, perdeu confiança e, aos poucos, foi sendo invadida pelo bom time japonês, que virou para 2 a 1. Os alemães podem se despedir no fim de semana, repetindo o roteiro de quatro anos atrás, porque a Espanha destroçou os costa-riquenhos na melhor apresentação até agora. Em que pese a fragilidade do adversário, ninguém faz 7 a 0 por acaso. Um time jovem, talentoso e muitíssimo bem treinado por Luís Henrique. Próxima rodada, uma vitória da Espanha sobre a Alemanha e um empate entre Japão e Costa Rica são suficientes para amolecer a salsicha. Será maldição depois dos 7 a 1? Oxalá, amém. No encerramento do dia, a Bélgica jogou como tem jogado “a geração belga”: um futebol coletivo quase bom, quase bonito, quase vencedor. Sempre esperamos mais e sempre entregam menos. Será que esperamos demais? Venceu sem merecer. O Canadá mostrou porque é o melhor time da Concacaf. Criaram chances, tiveram pênalti, mas finalizaram mal. Futebol tem suas verdades: quem-não-faz-toma é uma delas.

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