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Diário (bem à distância) do Qatar #08

No 8º dia de Copa do Mundo, meu sono já se regulou ao horário dos jogos, meu corpo já se acostumou ao desenho do sofá, minha mulher já desistiu de mim para a vida ordinária. Preconceituoso que sou – tenho preconceito a favor de japonês –, fiquei triste que tenham deixado escapar a vitória contra o pobre time da Costa Rica. Num único chute em todo o torneio, os costarriquenhos impuseram a derrota ao samurais e, como efeito colateral, deram sobrevida à Alemanha, que fez um jogaço contra a não menos temida Espanha. Provavelmente, a melhor partida do Mundial. Os alemães jogarão tudo contra a Costa Rica e devem vencer, chegando a 4 pontos. Os japoneses jogarão tudo contra a Espanha e devem perder, ficando com 3 pontos. Espanha e Alemanha seguirão. A Croácia – o mais belo dos times chatos – venceu com autoridade o simpático Canadá, que disputa com brio um mundial à parte. Sediarão – com EUA e México – o próximo. Merecem aplausos pela prévia. Mais aplausos merece o surpreende escrete do Marrocos, que devorou uma soberba Bélgica, que parece ter mais problemas no vestiário que no gramado. Uma geração cantada em verso e prosa que terminará se provando um ajuntamento de talentos desafinados. Próxima rodada, Croácia e Bélgica medirão forças e fraquezas. Aposto no relógio do preciso Modrić contra a acídia do excelente De Bruyne, que declarou: “Nossa chance passou”. Ele está certo? Está. Mas numa competição como essa, numa Copa do Mundo, estar certo assim é estar errado.

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