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Diário (bem à distância) do Qatar #16

Com a derrota do nosso time (reserva) para Camarões, e as boas partidas de França e Inglaterra nas oitavas, a histeria tomou conta da imprensa especializada e das mídias sociais. Existe um tipo de torcedor que torce por essas grandes – por essas pequenas – tragédias. Existe um tipo de analista que analisa a si mesmo, as suas teses, a sua maneira de ver – ou de não ver. A bola contaria outra coisa. É verdade, sim, que França e Inglaterra apresentaram suas credenciais, e uma delas ficará pelo caminho. Mas arrisco dizer que nem França nem Inglaterra jogaram contra as fracas Polônia e Senegal o que o Brasil jogou contra a razoável Coreia do Sul. Neymar voltou e, para além do humilhante pênalti convertido, foi o eixo em torno do qual giraram Vini Jr, Raphinha, Paquetá e Richarlison, que por sua vez fizeram girar a cabeça dos coreanos. Técnica, habilidade, intensidade, força, decisão: não faltou nada. No segundo tempo, o time se dispôs a treinar em jogo oficial. Nem o golaço  rival manchou a atuação soberba de Alisson Becker e do sistema defensivo. Título é impossível prometer. O Brasil não é o único favorito – mas é um deles. Enfrentará a Croácia que fez um soporífero jogo contra o Japão. Vice-campeã em 2018, é uma seleção que transforma o gramado em areia movediça. Os adversários têm dificuldade para desenvolver seu jogo contra os croatas, mas podemos (devemos) vencer e vencer bem. Por fim, ganhou destaque uma declaração de Roy Keane, ex-Manchester United, que não gosta que os selvagens dancem após cada gol feito. Para o improvisado sommelier de comemoração desportiva, dançar muito é falta de respeito. Fica o registro, Keane. Obrigado pela participação.

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