em Copa do Mundo, futebol

Diário (bem à distância) do Qatar #22

Disputa de 3º em Copa do Mundo quase nunca tem interesse. Mas desta vez tinha. Para Marrocos, motivos óbvios; para a Croácia, nem tão óbvios. Aos marroquinos, ficar entre os quatro melhores é o desfecho possível numa trajetória que parecia impossível, porque nem os mais irresponsáveis especuladores apostaram na chegada da seleção à última semana do torneio. Mas, se é verdade que a bola pune, como diz o Muricy, também é verdade que ela premia: Marrocos é uma zebra que foi perdendo as listras jogo a jogo, e chegou com mérito aonde chegou. Aos croatas, ficar entre os três melhores é o desfecho provável numa trajetória que parecia improvável. Estiveram próximos de repetir a grande campanha de 2018, prova de que não tinham chegado àquela final por acaso. A verdadeira “geração belga” enfim era croata. Por isso discordo de quem insiste que o Brasil perdeu uma Copa – ou, pelo menos, uma decisão – fácil. A Croácia soube domesticar o acaso e fazê-lo jogar a seu favor. O título não veio, mas veio a confirmação. Em breve, sentiremos saudades do geômetra Luka Modrić esquadrinhando os gramados do mundo. Eu já sinto.

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