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Nada de novo debaixo do sol

João Amoêdo, idealizador e um dos fundadores do partido NOVO, anunciou sua desfiliação. Desfiliação comemorada pelos ratos que, com o flautista van Hattem, preferem afundar com o navio.

Por um minuto ou dois, acreditei no projeto. O Brasil precisava (continuará a precisar) de uma agremiação assumidamente liberal, na forma e no conteúdo. Ao contrário do que prega a esquerda de tacape, liberalismo não equivale a fascismo.

Mas, infelizmente, será essa a imagem que ficará do nosso liberalismo. Tão logo Bolsonaro assumiu o mandato, exemplares da fauna reacionária que habitam o partido trocaram os princípios que não tinham pelas trinta moedas que queriam ter.

Amôedo pensou, titubeou, prolongou o sofrimento, mas enfim expôs as diferenças éticas. A fratura ideológica já estava exposta.

Sua declaração de voto crítico e circunstancial em Lula foi o que faltava para a declaração de voto submisso e umbilical em Bolsonaro. Advertido, não lhe restou alternativa. Já a alternativa dos líderes é lustrar com eufemismos o coturno dos golpistas.

Embora crítico de Lula e do PT, ele percebeu o que qualquer pessoa com um pingo de liberalismo na cara teria percebido: Bolsonaro era, é e sempre será uma ameaça à democracia.

João Amoêdo saiu do NOVO para que o NOVO pudesse sair do armário. O extremo-fisiologismo brasileiro terá uma nova legenda que o represente. A esquerda costurou a carapuça; eles vestiram e lhes serviu muito bem.

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